quarta-feira, 22 de julho de 2009

Só para desengasgar!

Sobre isso só uma vez escrevi, desencadeado por um conflito no trabalho, por conta dos comentários de uma mãe...
Não vale a pena repetir aqui a história sôfrega do escárnio...


HOMOFOBIA

Homofobia:

Ele é Boy ou Bia?

Homo ou Homem?

Ele dá ou come?

Homofobia:

O quanto me faz mal?

Quando deixei de ser igual?

Meu mundo não é o real.

Homofobia:

Tá, de noite.

Mas, o que faz de dia?

Homofobia:

Trabalho noite e dia.

Tento, mais que os outros, fazer direito

Me espremo no mundo estreito.

Homofobia:

Atende na sacristia?

Corta cabelo,

É professor

Ou trabalha na enfermaria?

Homofobia:

Marca própria, de pia.

Meu trabalho atrapalha,

Amolece minha fala

Meu quadril embala.

Homofobia:

Dolorosa mania,

A culpa é de quem cria.

Homofobia:

Se eu não fosse isso,

O que eu seria?

Homofobia:

Ele é desde quando?

Em que canto?

Homofobia:

Não virei, nem fui virado

Apenas fui bem criado!

Homofobia:

E quando criança,

Já entrava nessa dança?

Homofobia:

Perdi minhas irmãs!

De meus pais já não sou fã.

Homofobia:

Ele usa brincos!

É, mas, ainda tem pinto!

Homofobia:

Se me perguntam, minto:

__Oh, não. Já não sinto...

Homofobia:

Até respeito.

Mas, ele tem peito!

Homofobia:

Eu já até lutei,

Mas contra o mundo, não sei...

Homofobia:

Mora com homens

Não tem família.

Homofobia:

Em casa eu sou mudo

Na rua um escudo.

Homofobia:

Se ele é julgado?

Não, já sabemos o seu pecado.

Homofobia:

Mesmo quando parado

Por seus olhos sou taxado.

Homofobia:

Eu não tenho dúvida ou esperança,

Desde que longe de minhas crianças

Homofobia:

De minha vida excluí a utopia

Se pudesse pelo resto dela choraria.

Homofobia:

Preconceito? Eu não,

Só simpatia!

Homofobia:

A dor da traição

Sinto logo desde então.

Homofobia:

Não quero julgar!

Desde que ele eu possa fazer calar!

Homofobia:

Corta minha garganta,

Depois de tanto tempo,

Minha alma ainda espanta.

Homofobia:

Tá aceito, é seu o direito.

Mas, longe do meu peito!

Homofobia:

Longe dos seus olhos,

Dentro de minha alegria!

WENDEL MOREIRA DE OLIVEIRA (03/06/2008)


Um comentário:

  1. Esse poema meio desabafo, meio protesto,meio lamento mexeu muito com meus sentimentos.Parabéns Angel!!!

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